Minha
mãe era poetisa, cresci ouvindo ela declamar seus poemas, ler seus escritos.
Aos sete anos já tocava violão; no colégio, era líder em movimentos estudantis
e grêmios onde comecei a escrever e editar em pequenos jornais da época. Como
músico, participei de dois Festivais da Canção, venci os dois, sendo que em um
deles primeiro e segundo lugar. Participava de peças teatrais e vivia sempre
envolvido com todos esses eventos. Com o passar dos anos, os caminhos foram
mudando, ou melhor, as opções ficaram mais maduras. Passei a me dedicar então
às fotografias, aos estudos e à luta pelo Meio Ambiente. Tornei-me professor
para estar mais perto das crianças e adolescentes e, junto deles, lutar pelo
rio, pelo resgate da nossa história, e na prevenção para um cuidado maior sobre
esse nosso bem.
Conheci
o meu velho rio em 1981, e não sei por que, quando o vi, chorei, chorei muito,
foi uma sensação muito estranha. A partir deste dia, nunca mais me afastei do
rio e da cidade de Pirapora. Deixei toda uma vida já feita em Belo Horizonte e
me mudei para cá. Casei aqui e pude e posso estar lutando pelo rio, através do
meu site, do meu facebook, divulgando suas notícias, suas mazelas e sua luta
pela sobrevivência.
O rio
é um ser vivo, ele pulsa. Somente de uma maneira muito pessoal, ali, sentado à
sua beira, acariciando suas águas, dá para sentir o quão vivo e importante ele
é. Alimenta, refresca, transporta e faz sonhar.
- Aparício Mansur, em entrevista concedida ao Salto, 26 de novembro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário