domingo, 30 de novembro de 2014

As fotografias de Aparício Mansur



Minha mãe era poetisa, cresci ouvindo ela declamar seus poemas, ler seus escritos. Aos sete anos já tocava violão; no colégio, era líder em movimentos estudantis e grêmios onde comecei a escrever e editar em pequenos jornais da época. Como músico, participei de dois Festivais da Canção, venci os dois, sendo que em um deles primeiro e segundo lugar. Participava de peças teatrais e vivia sempre envolvido com todos esses eventos. Com o passar dos anos, os caminhos foram mudando, ou melhor, as opções ficaram mais maduras. Passei a me dedicar então às fotografias, aos estudos e à luta pelo Meio Ambiente. Tornei-me professor para estar mais perto das crianças e adolescentes e, junto deles, lutar pelo rio, pelo resgate da nossa história, e na prevenção para um cuidado maior sobre esse nosso bem. 



Conheci o meu velho rio em 1981, e não sei por que, quando o vi, chorei, chorei muito, foi uma sensação muito estranha. A partir deste dia, nunca mais me afastei do rio e da cidade de Pirapora. Deixei toda uma vida já feita em Belo Horizonte e me mudei para cá. Casei aqui e pude e posso estar lutando pelo rio, através do meu site, do meu facebook, divulgando suas notícias, suas mazelas e sua luta pela sobrevivência.



O rio é um ser vivo, ele pulsa. Somente de uma maneira muito pessoal, ali, sentado à sua beira, acariciando suas águas, dá para sentir o quão vivo e importante ele é. Alimenta, refresca, transporta e faz sonhar.



- Aparício Mansur, em entrevista concedida ao Salto, 26 de novembro de 2014.

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